Classificação de Brodsky: quando as amígdalas aumentadas merecem atenção médica

Você já ouviu falar que as amígdalas de uma criança ou adulto estão “muito grandes” e que isso pode ser motivo de cirurgia? Essa avaliação não é feita no “olhômetro”: a medicina utiliza uma escala bem definida chamada Classificação de Brodsky para medir o grau de hipertrofia (aumento) das amígdalas. Neste post, a Dra. Daniele Soares, otorrinolaringologista, explica como funciona essa classificação, quando o aumento é considerado normal e em que casos a cirurgia é indicada.

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Dra. Daniele Soares

5/14/20252 min read

Classificação de Brodsky: quando as amígdalas aumentadas merecem atenção médica

Você já ouviu falar que as amígdalas de uma criança ou adulto estão “muito grandes” e que isso pode ser motivo de cirurgia? Essa avaliação não é feita no “olhômetro”: a medicina utiliza uma escala bem definida chamada Classificação de Brodsky para medir o grau de hipertrofia (aumento) das amígdalas.

Neste post, a Dra. Daniele Soares, otorrinolaringologista, explica como funciona essa classificação, quando o aumento é considerado normal e em que casos a cirurgia é indicada.

O que são as amígdalas e por que elas aumentam?

As amígdalas são estruturas localizadas na parte de trás da garganta, que fazem parte do sistema de defesa do organismo. Elas ajudam a combater vírus e bactérias, especialmente na infância.

É comum que as amígdalas sejam maiores nas crianças e diminuam naturalmente com o passar dos anos. No entanto, em alguns casos, elas crescem além do esperado e passam a causar problemas como:

  • Dificuldade para respirar ou engolir

  • Ronco ou apneia do sono

  • Voz anasalada

  • Otites e infecções de garganta frequentes

  • Sono agitado e cansaço diurno

Entendendo a Classificação de Brodsky

A Classificação de Brodsky é uma escala de 0 a 4 que mede o quanto as amígdalas ocupam do espaço da orofaringe (a parte de trás da boca).

Veja abaixo os graus de forma resumida (e aproveite para consultar o infográfico logo abaixo do post):

  • Grau 0: amígdalas ausentes (foram removidas ou não são visíveis)

  • Grau 1: ocupam até 25% da orofaringe

  • Grau 2: ocupam entre 25% e 50%

  • Grau 3: ocupam entre 50% e 75%

  • Grau 4: ocupam mais de 75% da orofaringe (podem se tocar no centro da garganta)

Essa classificação é visual, feita durante a avaliação clínica com o otorrino.

Quando a cirurgia de amígdalas é indicada?

A cirurgia para remoção das amígdalas, chamada amigdalectomia, não é indicada apenas com base no tamanho, mas sim nos sintomas associados. Veja quando é necessário considerar a cirurgia:

  • Amígdalas grau 3 ou 4 com sintomas de obstrução (dificuldade para respirar, ronco intenso, apneia do sono)

  • Infecções de garganta recorrentes (geralmente 7 episódios em 1 ano, ou 5 por ano em dois anos consecutivos)

  • Distúrbios do sono relacionados à obstrução

  • Alterações na fala ou na alimentação

  • Comprometimento da qualidade de vida da criança (ou adulto)

Cada caso é avaliado com cuidado. Em muitas situações, o acompanhamento clínico e exames complementares como a nasofibroscopia ou a polissonografia são importantes para confirmar a indicação cirúrgica.

É possível prevenir o aumento das amígdalas?

O crescimento das amígdalas nem sempre é evitável, já que está ligado à genética e ao amadurecimento do sistema imune. Mas cuidar da saúde geral, evitar exposições a alérgenos e infecções de repetição e tratar alergias respiratórias pode ajudar a controlar o aumento exagerado.

Conclusão: o tamanho importa, mas os sintomas importam mais

A Classificação de Brodsky é uma ferramenta valiosa, mas a decisão sobre operar ou não vai muito além do grau de hipertrofia. É o conjunto de sinais e sintomas que realmente orienta o tratamento.

Se você percebe que seu filho (ou você mesmo) ronca, respira mal, tem muitas infecções de garganta ou apresenta algum sinal de obstrução, procure um otorrino de confiança para uma avaliação detalhada.

Dra. Daniele Soares – Otorrinolaringologista

CRM MG 81752 | RQE 44756